11.24.2004

Por que é que a gente é assim?

Ou de Como Uma Coisa Puxa a Outra
Semana que passou, descobri o preço de um maço de cigarros aqui. O Marlboro custa € 4,60. Quase caí pra trás, quatro euros e sessenta centavos é muita grana, ainda mais se você tiver o hábito de ficar convertendo euros em reais.
Das recordações que tenho dos meus tempos de fumante, trago a lembrança do Free: Acho que custava uns R$ 1,80, ou R$2,00, mas posso estar enganada. Só sei que eu também achava caro. Ainda existe essa marca de cigarros? Quando estive no Rio, meus amigos ex-fumantes de Free agora fumavam Derby (um mata-rato danado de ruim).
Do Free, gostava de assistir ao comercial. Especialmente no sábado, à hora do Intercine, quando era veiculada sem cortes. Aos filmes do Intercine eu raramente assistia, mas esperava sempre para ouvir:"...mas alguma coisa a gente tem em comum". E tudo por causa da música: Não fazia idéia de que música era e de de quem a tocava; ela me fazia recordar alguma coisa desconhecida, me provocava uma saudade de algo que eu nunca soube identificar, uma angústia por algo apenas entrevisto, mas que nunca - até hoje - veio à tona, uma espécie de tristeza morna.
Assisti ao comercial por muito e muito tempo, sempre com uma carga forte de algo que eu não sei explicar. Algumas, raras músicas me provocam isso. E essa era uma delas.
E foi assim, que já morando no Rio, decidi descobrir que música era aquela. Liguei pra o Serviço de Atendimento ao Consumidor, o n° vinha impresso na embalagem do cigarro. Expliquei o que queria, e fui bem atendida: a moça me explicou que havia uma agência de publicidade responsável pelo comercial, e muito prontamente, me deu o n° de telefone. Liguei pra lá, expliquei a história da música e de novo, fui muito bem atendida. Me mandaram para um endereço em Botafogo, perto (no?) prédio da FGV. Cheguei lá, e que coisa, fui muito bem atendida por um rapaz. Contei a história da música e do comercial e ele me olhava meio espantado. Por fim disse: "Nossa como você é persistente. Você chegou até aqui por causa da música?" Eu disse que sim, era uma música que mexia comigo, não sabia explicar o porquê. Ele me disse:" É o Rick Wakeman quem toca. Traz uma fita que eu gravo pra você." Eu disse tá, muito obrigada. E nunca mais voltei.

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