11.27.2004

Meu Encontro com um Nobel

Não, eu não vou falar da Jelineck, a austríaca que ganhou o Nobel de Literatura esse ano: nunca li nada dela, e pelo jeito não vou ler, pois segundo consta, ela escreve em dialeto. E se eu já não me garanto no alemão, que dirá nessa variante... Vou continuar mesmo falando sobre Meus encontros com Saramago. O título ficou assim pomposo porque eu queria impressionar, mas a história é bem simplesinha. E foi assim:

Dessa vez, Saramago estava no no Museu da Imagem e do Som, no Rio para o lançamento de “A Caverna”. E lá fui. Só que então ele já era o Nobel, e claro que então estava a imprensa em peso, auditório lotadíssimo, e eu sem chance nenhuma de repetir a dose com mais meia hora de papo como da última vez: os organizadores eram gente nada fina, e ao me ver com dois livros na mão, uma mullher com cara de muito brava, grunhiu: “Ele está cansado, só vai autografar um livro por pessoa...” Nossa, que meeeeda. Bom, terminou a apresentação, entrei na longa fila para autógrafos. Quando chegou minha vez, eu nervosa, nervosíssima frente à meu ídolo, comecei com uma frase estúpida e ensaiada assim: “Acho que o senhor não vai se lembrar de mim...” e ele, com cara de quem se lembrava mesmo: "Mas é claro que me lembro..." No meu diário á época, registrei assim:

Rio, quero dizer, Niterói, 08 de dezembro de 2000. Ontem, cheguei em casa feliz, feliz. Falei com Saramago. Acredita que ele lembrou de mim? Pois lembrou. Ele se levantou, tomou o meu braço, e perguntou: “Então, como vai a vida?” Eu, pateticamente respondo que tudo bem. Eu me odeio, mas eu me amo."
Saí de lá com mais autógrafos, e um belo sorriso. E isso foi tudo.

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Mas no meu tesouro pessoal do Saramago, além dos autógrafos e do valiosíssimo endereço, tem também uma carta que recebi quando me casei, e que me deixou muito feliz – e orgulhosa também. A história é assim: Logo depois do meu casamento, fiz um daqueles cartões de participação com fotos da cerimônia, e enviei para ele junto com uma cartinha de que não me lembro do texto exato, mas era mais ou menos assim :


“Querido José Saramago,

Como além de ser sua fã, o considero também meu amigo, estou escrevendo essa carta para lhe dizer do meu casamento. Desejo a você toda a felicidade que eu mesma sinto agora.
Com carinho,
Felicia Luisa”

E aí, como resposta recebi a cartinha abaixo:


Cartinha do Saramago
Originally uploaded by FeliciaLuisa.

Só para deixar claro: tenho que confessar que o motivo pelo qual eu estava no Largo de São Francisco era por causa do Saramago mesmo, e não pelo ato do MST. É claro que ele não teria condições de saber disso, né?
E por enquanto, chega de tietagem....

11.24.2004

Estou como um Urso

Hibernando.

Por que é que a gente é assim?

Ou de Como Uma Coisa Puxa a Outra
Semana que passou, descobri o preço de um maço de cigarros aqui. O Marlboro custa € 4,60. Quase caí pra trás, quatro euros e sessenta centavos é muita grana, ainda mais se você tiver o hábito de ficar convertendo euros em reais.
Das recordações que tenho dos meus tempos de fumante, trago a lembrança do Free: Acho que custava uns R$ 1,80, ou R$2,00, mas posso estar enganada. Só sei que eu também achava caro. Ainda existe essa marca de cigarros? Quando estive no Rio, meus amigos ex-fumantes de Free agora fumavam Derby (um mata-rato danado de ruim).
Do Free, gostava de assistir ao comercial. Especialmente no sábado, à hora do Intercine, quando era veiculada sem cortes. Aos filmes do Intercine eu raramente assistia, mas esperava sempre para ouvir:"...mas alguma coisa a gente tem em comum". E tudo por causa da música: Não fazia idéia de que música era e de de quem a tocava; ela me fazia recordar alguma coisa desconhecida, me provocava uma saudade de algo que eu nunca soube identificar, uma angústia por algo apenas entrevisto, mas que nunca - até hoje - veio à tona, uma espécie de tristeza morna.
Assisti ao comercial por muito e muito tempo, sempre com uma carga forte de algo que eu não sei explicar. Algumas, raras músicas me provocam isso. E essa era uma delas.
E foi assim, que já morando no Rio, decidi descobrir que música era aquela. Liguei pra o Serviço de Atendimento ao Consumidor, o n° vinha impresso na embalagem do cigarro. Expliquei o que queria, e fui bem atendida: a moça me explicou que havia uma agência de publicidade responsável pelo comercial, e muito prontamente, me deu o n° de telefone. Liguei pra lá, expliquei a história da música e de novo, fui muito bem atendida. Me mandaram para um endereço em Botafogo, perto (no?) prédio da FGV. Cheguei lá, e que coisa, fui muito bem atendida por um rapaz. Contei a história da música e do comercial e ele me olhava meio espantado. Por fim disse: "Nossa como você é persistente. Você chegou até aqui por causa da música?" Eu disse que sim, era uma música que mexia comigo, não sabia explicar o porquê. Ele me disse:" É o Rick Wakeman quem toca. Traz uma fita que eu gravo pra você." Eu disse tá, muito obrigada. E nunca mais voltei.

11.22.2004

Sabe o que é?

É que ando tãoooooooooo cansada. Por isso:

Telefonemas que não fiz,
Notícias que não mandei,
Comentários que não respondi,
Blogs que não visitei,
mails que não retornei,
palavras que calei:
Opções:
a) Não se afobe não, que nada é prá já;
b) Tudo tem seu tempo debaixo do sol, já dizia o Eclesiastes;
c) Desculpem, amiguinhos:
d) A Dona do Blog é mal educada;
e) Todas as opções anteriores.
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Essa semana tive um sonho-pesadelo. Assim: Sonhei que Jesus tinha um blog (confesso que tenho visitado muito o Jesus, me Chicoteia!, não sei se foi influência), então Jesus tinha um blog e contava assim:" Me lembro quando vi a madeira com a depressão onde se encaixaria o cravo. Fui deitado ali (?). Quando pregaram os cravos em minha mão, a dor foi enorme, mas ainda suportável; porém quando pregaram os cravos nos meus pés, achei que não ia aguentar de tanta dor."
Não me lembro bem das palavras corretas, mas fiquei com uma pena muito grande de Jesus, foi impressionantemente horrível a descrição da dor da crucificaçao.
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Eu vou contar o resto da história do Saramago. Mas só depois.

11.16.2004

O Saramago e eu. Eu e o Saramago.

E hoje, outro aniversário: a JOSÉ SARAMAGO, meu carinho, meus parabéns e meus agradecimentos especialmente pelos personagens que você incluiu na minha vida. Bem, dito isso, outra coisa: Vocês já devem ter se deparado com pessoas que vivem de“torcer o assunto“, só para incluir na conversa um determinado tema preferido. Então, é isso: eu comecei falando do aniversário dele, mas minha intenção é verdadeiramente incluir no post como foram meus encontros com José Saramago, pois é claro que tenho que tornar – mais – pública essa história. E sem mais delongas, a história começa aqui:



Quem quiser saber a versão do Saramago sobre nosso encontro, deve ler o livro „Cadernos de Lanzarote“, na data de 16 de abril de 1997 (Cadernos de Lanzarote II, na 1. edição da Cia das Letras, corresponde à pagina n°353 do Diário V). Lá, de forma sucinta e muito melhor apresentada do que eu jamais poderia, está representado nosso encontro. Por favor, apenas corrijam o fim do texto: onde está escrito Letícia Luisa, leia-se Felicia Luisa, pois a protagonista é mesmo essa que vos escreve.

Já a minha versão é bem mais longa: Saramago estava no Rio acompanhando o lançamento do livro de Sebastião Salgado. Naquele época, ele não era o ilustre Nobel, e eu já era sua fã – eu tenho um orgulho danado de dizer que conheço o Saramago muito antes dele virar moda, perdoem mais uma vez minha personalidade metida a besta. Me lembro que passei quase toda a noite em claro, escrevendo cartas para entregar à ele, que estaria no Centro Cultural Unibacno, em Botafogo, juntamente com o Sebastião Salgado e o Chico Buarque. Eu tinha acabado de ler os „Cadernos de Lanzarote I“, onde Saramago afirma que nunca se recusa a falar com seus fãs nem discutir sobre seus livros, e, sendo assim, eu sabia iríamos nos falar. Mas Saramago foi logo embora, alegando cansaço e sem falar com ninguem. Noite perdida, não desisiti. Havia um zumzum de que ele estaria no IFCS no dia seguinte. Nessa época, apesar de morar em Niteroi, eu não fazia idéia de onde era esse IFCS (Instituto de Filosofia e Ciencias Socias, lugar onde por coincidência, eu iria estudar anos mais tarde), mas acabei encontrando, e lá fui eu, com „Memorial do Convento“ e os „Cadernos de Lanzarote I“ – na bolsa, para receber autógrafos. O texto que segue em itálico, eu escrevi em meu diário - pois naquele tempo, a gente só tinha diário mesmo, nem pensar em blogs - à época do acontecido. Como vocês já perceberam, cometo muuuitos erros de português, por isso não culpem o Saramago, estou transcrevendo exatamente o que eu mesma escrevi. Se não quiser ler minha versão, é só pular essa parte. Comecei assim, em letras garrafais:

4. Feira, 16 de abril de 1997. Hoje falei com José Saramago.
IFCS. Eis que ele surge. Eu esperava apenas ao Sebastião Salgado. Consegui entregar-lhe as duas cartas, a princípio. Depois de finda a palestra, conversamos. Não foi bem assim, eu descrevo mal. Aproximei-me com o Memorial nas mãos
(refiro-me aqui ao meu livro preferido, o "Memorial do Convento“) e disse: "Gostaria de lhe dar de presente, se já não fosse seu." Ele sorriu. Eu: "Tambem lhe entreguei duas cartas.“ (refiro-me às duas cartas que havia entregue antes do começo do comício) Ele:“ Ah, foi você? Como é seu nome?“ Eu: "Felicia Luisa." Ele autografou então meu livro e seguiu. Fui atrás. Entreguei-lhe então um papel onde estava escrito: "Não é preciso ser árvore para deixar raízes", em referência a ele ter dito que, se pudesse nasceria árvore para ter raízes na terra.

Já dentro do IFCS, apresentei-lhe os "Cadernos" e disse: „Queria dizer ainda que também sou meio cética as vezes, mas que não devemos desistir nunca.“ Ele:“ Minha filha, eu sou o mais cético dos seres humanos.“ Eu: "Eu sei, mas não podemos desistir nunca." Segui-o até a porta de uma sala. Qunado José retornou à porta eu, disse-lhe: "O senhor se importa se eu lhe escrever para Lanzarote?" Ele: "Não, claro que não, escreva sempre (super eloquente). Eu: "Mas como eu escrevo??" (referindo-me ao endereço). Ele (irônico): " Ora, como escrever? Escrevendo, ora..."
(Nesse ponto, tem razão quem disse que ele é cruel: ele estava pronto para debochar de mim, ao confundir minha ignorancia de seu endereço com ignorância sobre como me dirigir a um escritor. Mas eu relevei, porque tenho bom coração...) Eu (interrompendo-o): "Mas para onde? Já lhe escrevi através da Editorial Caminho..." Ele: "Não te preocupes, isso é mesmo assim. Até chegar á Lisboa, demora cerca de 15 dias, e depois até Lanzarote...Deve estar lá sim. Já há cerca de (?) dias estou aqui, havia já uma pilha de cartas." "É, eu já sei que o senhor recebe sempre uma pilha de cartas. (Foi algo assim) ) (eu sabia do dia-a-dia do Saramago porque havia acabado de ler seu diário, nao se esqueçam) Continuei: Aliás, quando eu disse que lhe escrevi para Lisboa, José respondeu: "Não, espere, vou dar-lhe o endereço." E anotou num papelzinho o que se segue. Essa parte eu tenho que pular, já que não tenho autorização para dar o endereço dele. Mas se você gosta do Saramago, acredite em mim: escreva para Lanzarote – Canárias. Sua carta vai chegar lá...continuando com meu diário, escrevi assim: (Gente, de próprio punho, eu tenho o endereço do gênio). Depois é que se deu o diálogo referente à pilha de cartas. Despedi-me então dizendo: "É um prazer e uma honra ser contemporânea de um gênio", e beijei suas mãos. Ele então, tomou as minhas, beijou-as, beijou meu rosto e com tapinhas carinhosos na nuca, disse-me sorrindo.“Tonta, tonta, tonta“. Interrompo só para dizer que foi a 1.e única que vez que alguem me chamou de tonta e eu fiquei feliz.... Segue: Fui-me: dois autógrafos, 3 beijos, um abraço, o endereço de próprio punho, o quem mais eu poderia querer? No meio do Largo de São Francisco, resolvi voltar. Afinal, ir pra quê? Voltei e fiquei parada olhando meu ídolo. Ele me olhava também, olhava as fotos, autografava. Após alguns minutos, resolvi me reaproximar: "Tem mais uma coisa." Ele toca carinhosamente no meu braço:"Diga." "Eu também gostaria que o Baltasar tivesse vivido, e ficasse com a Blimunda." "Mas a idéia já nasceu asssim, e no fim, ela acaba recolhendo a vontade dele.“ É. Eles viveram juntos o que era pra viver." Ele, falando com uma jornalista: "É que meu editor alemão quis por que quis que o Baltasar não tivesse morrido, e se recusa a admitir essa hipótese." Eu, já penalizada:“ Eu só tive essa idéia após lê-lo nos Cadernos". ...Eu: "Na carta que lhe enviei para a Editorial, eu falei..."
Ele, me interrompendo: "Mas quando foi esta carta?“ „Mais ou menos há uns dois meses." "Eu vou receber." "Tomara. Nesta carta eu digo que sempre me lembro do senhor e da Blimunda: quando estou triste, e minha vontade esmorece, eu penso: e se a Blimunda passar por aqui e me ver nesse estado...aí eu fico logo feliz!...“ Ele me abraçou de novo e disse:“ Que menina bonita que tu és." Eu não morri, a prova é que estou a escrever aqui. Respondi: "O senhor é que é o máximo, eu o adoro. Ele me abraçou de novo. Eu:“Eu não sei mais o que dizer, é uma honra, é uma honra.“...Mais jornalistas, mais autógrafos. Alguém o pegou pelo braço. “Vamos." Foram-se. Não o vi mais de tão perto, apenas separados por uma porta de vidro. Procurei alguém que acendesse meu cigarro, estava em êxtase. Ainda fiquei por perto da porta. Eles sairam (a imprensa, José, e Sebastião Salgado), não vi para onde. Mas isso tudo aconteceu de verdade.


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Eu escrevi encontros no plural não foi? Pois é, anos depois me encontrei -de novo - pessoalmente com Saramago. Dessa vez,um encontro muito rápido, não mais que 4 a 5 minutos, só o tempo de ganhar mais uns autógrafos e trocarmos 2 ou 3 frases. Mas essa história eu conto depois. O que eu queria registrar é um lado do Saramago que as pessoas talvez desconheçam: ele sabe ser amável, atencioso, carinhoso e brincalhão, apesar de toda a mascára de empáfia que aparenta. Mascára que acredito que ele porte mais por auto-protecão. Já li histórias sobre o mau-humor e cinismo do Saramago, escrita por gente muito respeitável. Não ponho em dúvida essas palavras, só acho que Saramago deve ser um ser humano como todos nós, sujeito à erros, equívocos, crises de mau humor e coisas afins. Que ele é uma figura pública não exclui o fato de não ser perfeito. Acho também que ele não precisa de advogados - tenho a impressão de que ele pode se defender muito bem sozinho - e eu jamais teria essa pretensão. Só queria deixar aqui uma impressão - minha impressão - positiva sobre ele. Amanhã, tem mais.

11.15.2004

Lista de Presentes

1 - CD: Bloco do Eu Sozinho - Los Hermanos
2 - CD: Bonança - Los Hermanos
3 - Livro: Rosário de Minas - Memórias e Sugestões, Octavio Mello Alvarenga
4 - Livro: Como e Por que Ler os Clássico, de Ana Maria Machado
5 - Grande Sertao Veredas (pode ser de sebo, viu?)

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Justificativas, esclarecimentos, bobagens:

* A lista não está em ordem de prioridade.
* Se vc não quiser me dar os livros, me empresta pelo menos, né? Juro que devolvo.
* Sobre o Los Hermanos: Juro que além de Ana Julia, só ouvi as cançoes que a maria Rita gravou, ninguem merece continuar em tamanha falta...
Obrigada, amigo oculto.
REMENDO: São 20:40h. lá fora a temperatura é de 4°C. Chego em casa e vou conferir se o nome do amigo- oculto já chegou pelo email. E entao....acabo de descobrir que não faço parte do grupo lá do Sindorme de Estocolmo no qual pensei que estivesse inscrita. O sorteio foi hoje. Nossa, vou chorar. Mas a lista fica aí, de qualquer jeito, tá amiguinhos??!!)

11.14.2004

PEQUENOS CHOQUES (...anotações de uma Visitante Distraída)

Quando fui à Veneza, vi pela primeira vez uma mulher com um diamante encravado (ou a gente escreve incrustado?) nos dentes. Fiquei estupefata e não parei mais de encará-la enquanto ela falava, sorria, ou simplesmente não fazia nada: Eu fiquei hipnotizada - sou caipira, uai, nunca tinha visto uma coisa daquelas. Fiquei pasma. Acho que a mulher chegou a desconfiar que eu estava a fim dela, tamanha a minha insistência em olhá-la. Mas eu não estava não, era assombro mesmo.

Recém chegada aqui, me lembro ainda do meu estranhamento ao ver outra mulher de salto alto, meias finas, tailleur e um vistoso colar de pérolas - indo para o trabalho, suponho - de bicicleta. Nossa, andar de bicicleta vestida desse jeito? Eu ainda não sabia que isso era comum. Também fiquei olhando, olhando, até a mulher sumir de vista. Escrevendo isso aqui, sobre ficar encarando a mulherada, começo a desconfiar que sou gay...Mas acho que não, foi o comentário da Antônia no post anterior que me fez lembrar desses e outros acontecimentos, que na verdade foram parte dos pequenos choques que sofri por conta da diferença cultural. Sobre bicicletas, a primeira vez que uma parou no sinal vermelho, ao lado do carro onde eu ia, perguntei ingenuamente:
-„ Ué, porque o moço da bicicleta também parou aqui na faixa?“.
-A resposta óbvia foi: „O sinal está fechado.“
- „O QUÊÊÊÊ?????“ e tome mais cara de assombro ao descobrir que os ciclistas também respeitam as leis de trânsito aqui, e podem ser multados caso a descumpram...
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O título do post eu plagiei descaradamente do João Ubaldo Ribeiro, no „Um Brasileiro em Berlim“. Aliás, eu recomendo enfaticamente a quem quiser saber mais sobre a Áustria que leia esse livro. Calma, gente, eu sei que Berlim é na Alemanha. Mas várias situações que ele descreve lá são parecidíssimas com algumas que vivo aqui: a minha constante tendência a sofrer atropelamento por bicicletas (cometo sempre invasões involuntárias na faixa dos ciclistas); o olhar e a reação dos homens quando passa uma gostosona na rua (nenhuma reação visível); a famosa bandejinha para receber dinheiro que existe em muitos estabelecimentos; a língua alemã, que quase ninguém por aqui usa, - aliás, constato que quem melhor pode falar o alemão aqui somos nós, estrangeiros: o povo aqui só fala em dialeto; a tradicional comida austríaca: Kebab, pizza e afins.
Um único conselho, caro, mas que vai de graça, especialmente para quem mora na Áustria ou Alemanha e pretende ler o livro: leia-o na santa paz do seu lar, de preferência num recinto isolado, e nunca, mas nunca mesmo pense em lê-lo em locais públicos: você vai se escancarar de tanto dar gargalhadas, causando um escândalo de risadas não muito recomendável aqui por essas plagas...
ADENDO:Cruz Credo, que mancada: O diamante era cravejado, cravejado, cravejado...Ou será mesmo incrustado?

11.12.2004

Minhas Plantas: Meu Presente para Um Grande Amigo

Recebi um convite especialíssimo: ir a São Paulo pra comemorar o aniversário do meu amigo Luís, o dono do finado fusquinha bege e uma pessoa muito querida. Pois é, ir a São Paulo, não vou não, mas o presente eu entrego publicamente: Tenho uma planta linda aqui em casa e que andava sem nome. A partir de hoje, ela se chamará Luís. Luís, querido, então é pra você que eu republico esse post como presente de aniversário, mas por favor, não vá me fazer como o volúvel do Astor, hein? Pra você desejo um baita aniversário e uma vida longa com tudo, tudo, tudo o que há de bom.

Minhas plantas
1:54 PM Sempre tive o hábito de dar nomes às minhas plantas. Me lembro ainda com saudades da Maria Bethânia, uma samambaia linda que tive. Tive também outra samambaia, com o nome de Thomás em homenagem a um amigo e o cabelo que ele usava na época. (Aliás, encontrei o Thomas numa festa em Santa Teresa, e ele está meio calvo agora. Mas continua bonito.) E além de Bethânia e Thomás, tive a Nana, que eu não sei que espécie de planta era. E muitos outros. Minhas plantas ficaram com minha mae quando me mudei para o Rio. Que bom para elas - ambas, porque minha mae tambem adora plantas.

Me lembro especialmente de um cactus, chamado Astor Piazzolla. Sempre adorei cactus, - já comecei minha coleçãozinha aqui, mas enquanto estive no Brasil, três deles morreram, uma pena - e tinha um carinho especial pelo Astor. Uma vez, quando eu ainda morava em Volta Redonda, fui acampar em Visconde de Mauá. Notei que meu cactus estava assim meio tristinho, na verdade, murchando, talvez por excesso de água. Quando voltei de Mauá, minha mãe comentou comigo sobre a morte do Astor, o Piazzolla humano. Fiquei desolada, porque adorava os tangos dele. Na mesma semana, Astor, meu cactus, tambem morreu.
Post de24/09/2004




11.10.2004

A Cidade dos Livros Sonhadores. E Outras Compras



Estou ainda com "Die Stadt der Träumende Bücher". Triste porque já vou terminar a leitura, ansiosa para conhecer o final. Comprei o livro no dia em que fui atacada pela febre. Eu sei que é muito feio, mas aconteceu: tive a febre do consumismo (meu Deus, meu Deus, endireita essa tua filha). Na verdade, eu só precisava comprar o livro de Latim, mais nada. Mas havia um outro livro no meio do caminho, no meio do caminho havia um outro livro.

Eu já havia visto alguns dias antes, quando passeava por outras livrarias. Foi só um bater de vistas, rápido, mas desde o primeiro dia, eu já estava apaixonada. Die Stadt der Träumenden Bücher tem uma das capas mais charmosas que eu á vi. A lombada amarela. E o nome que ficou: A Cidade dos Livros Sonhadores. Não deu nem para folheá-lo, já que o livro estava lacrado – no dia em que eu for importante, vou lançar uma lei proibindo que que se proíba o leitor de folhear livros nas livrarias, que absurdo. Eu tampouco pude entender claramente a advertência do personagem – estava em alemão, e eu correndo. Mais ou menos assim:”Eu falo sobre um lugar onde a leitura pode levar à loucura. Onde os livros machucam, envenenam, podem até matar. Só quem é verdadeiramente preparado para a leitura desse livro, para o risco de comprá-lo e tomar parte nessa estória, esse deve me seguir. A todos os outros eu agradeço pela falta de coragem, mas também pela saudável decisão de parar por aqui...”

Eu que sou um espírito fantasioso, já fiquei com medo, mas a capa; ah essa capa desmentia tudo. Só sei que na terceira livraria que entrei - ainda procurando pelo livro de Latim, que estava esgotado – obedeci ao meu impulso e o comprei. Bem, estávamos falando de febre, e não, isso ainda não era a febre, era só assim, digamos em linguagem romântica, coisa do destino: porque esse livro TINHA de ser meu, e isso eu já sabia.


Die Nacht vor der Scheidung
Originally uploaded by Felicia Luisa.


A febre começou no momento em que, na mesma livraria e sem pensar duas vezes, eu comprei “Die Nacht vor der Scheidung” – A Noite da Separação , de Sándor Márai. A capa me remeteu a alguma coisa brega – em meu estado normal, eu jamais compraria um livro com uma capa dessas, parecia capa de revista Júlia, Bianca, Sabrina, acho que vocês sabem do que estou falando. Bem, não tinha informação a respeito do livro, mas já ouvi falar do autor. (Hmmm, na verdade eu sei que estava na lista de best-sellers daqui, e é só pensar no Paulo Coelho para deduzir que nem sempre isso é um bom indício.) Mas eu comprei. Sem pensar duas vezes e sem estar apaixonada. Isso foi o começo da febre. Deixei € 44 na livraria.

A febre deve ter piorado imediatamente, porque eu fui correndo pro caixa eletrônico e saquei mais um dinheirinho. Daí corri pra H&M – uma loja assim meio fashion que também atende aos pobres. Comprei 4 blusas de malha. Duas eram cor de rosa, sinal de que eu estava realmente doente: NUNCA fui fã de cor de rosa. A não ser da pantera. E lacinhos para cabelo de nenen. Mas eu comprei. Corri para C&A, comprei um par de sapatos pretos. “Mulher feia, você vai comprar outro par de sapatos?” Isso foi o que pensei, mas nem me dei ouvidos. E comprei também um par de meias muito coloridas.
Agora, espero sinceramente que a febre tenha passado. Mas não sei, o que eu queria mesmo era um par de ténis cor de rosa. Pra combinar com as blusas.

E a propósito, consegui encontrar o livro de Latim alguns dias depois. Sem levar mais nada.

11.09.2004

Volta Redonda, 09 de novembro de 1988

O que me surpreende é a aparente (?) falta de memória das pessoas. William, Walmir, Barroso: Presente. Só sei do que eu sei, e digo: Eu vi, eu sei, eu estava lá.

11.08.2004

Eu, hein?!

Nao sei o que foi que eu andei escrevendo por aqui, mas uma colega mandou um mail e disse que eu agora estou muito chique. Hmm, nao sei se conto que fui procurar emprego no McDonalds ou se continuo mantendo a pose...
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E uma coisa nao tem nada a ver com a outra, mas acho que essa semana vai nevar. Veremos.

11.07.2004

Viagens

Alguém sabe de algum livro do Walter Moers que esteja em português, ou pelo menos espanhol? Já dei uma olhada no Google e não encontrei muita coisa. Estou amando “Die Stadt der Träumenden Bücher”, mas sinto que ainda perco muito da piada, por causa dos tropeços na língua. Queria ler em português traduzido por alguém experiente e fazer minhas comparações. Mas que fique claro que eu não troco essa leitura no original por nada; é o primeiro livro “de gente grande” que leio em alemão. Ó céus, acho que alcancei minha independência, tô tão feliz com essa conquista, difícil explicar...

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Hoje fui assistir “Diários de Motocicleta”, que por aqui foi intitulado “ Die Reise des jungen Che” - ou “A viagem do Jovem Che”-. Ah, como eu achei lindo. Chorei que nem uma bobona. Eu sou uma bobona mesmo.

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Pensei nas viagens que – ainda – nunca fiz, e que já planejo há tantos anos. Uma delas, a de sonho mais antigo, é justamente ao Machu Picchu. A outra é ao Tibet. Será que vou, será que não vou?

11.05.2004

Mais desculpas

Dessa vez, porque acho que magoei alguem (ó gente, não se esqueçam que o blog é do meu umbigo, tá??!)A propósito, o selo da campanha "Pense Duas Vezes", eu peguei no belíssimo blog da Sue.

E=mc2. E meu pai

E=mc2 é uma das equações mais famosas do mundo, e provavelmente uma das mais incompreendidas. A atriz Cameron Diaz, quando perguntada sobre a existência de algo que ela gostaria de saber, respondeu que gostaria de saber o que E=mc2 realmente significa. Pelo menos, é isso o que diz o autor David Bodanis, na introdução do livro que leva o nome da equação.

Eu já o havia lido há alguns anos atrás. Acontece que desde a morte do meu pai, este livro não me saía da cabeça, e por isso, resolvi relê-lo. Acho que por que foi inevitável deixar de associar ideias ligadas a morte e curiosidade com o que se passa depois, com temas como matéria, corpo, massa, energia, etc. Um parênteses: Li lá no Polzonoff: “A morte... por um tempo que pode durar meses ou anos, torna viva a pessoa morta numa explosão de lembranças muitas vezes involuntária. Então, se eu pudesse dar um conselho aos amigos que são pais e mães, diria para tentarem forjar só boas lembranças na cabeça de seus filhos. Sejam bons pais, viu? E a todos nós, filhos, que nos esforçássemos para construir boas lembranças pra todo mundo. Ah, mas essa velha senhora está divagando de novo. Fim do parentêses, vamos voltar pro livro:

Bodanis escreve de modo muito claro e acessível, voltado para um público leigo, e para gente que como eu, atinge o cúmulo da ignorância em termos de física; por isso o livro acaba sendo muito fácil de ser digerido. Além do mais, o autor faz um certo tipo engraçadinho de que eu gosto (não sei se a memoria está falhando, mas acho que já ouvi o Bodanis ser muito esculhambado pela inteligentzsia – é assim que se escreve? – do IFCS, o que não tem nada a ver como caso que estou escrevendo, exceto por uma pequena piada particular).

O livro começa com uma pequena “biografia” da própria equação, e em resumo, muuuuito por alto, é assim:

A ciência ficou um bom tempo estacionada nas descobertas que surgiram graças a dois homens: o primeiro foi o famoso Faraday. A Lei da Conservação da Energia surgiu graças aos estudos dele. O outro mocinho foi Lavoisier: Foi a partir das experiências de Lavoisier que se descobriu que a quantidade de massa do universo permanece sempre a mesma, independente das transformações que esta sofra.

Então, como eu ia dizendo, a ciência ficou um tempão parada aí nesse pé: energia e massa são sempre conservadas, e isso era algo assim como um dogma - inquestionável. Até que Einstein apareceu e descobre que não: energia e massa não são conservadas. Mas isso não quer dizer que exista o caos, pois ...a quantidade de massa que se ganha será sempre contrabalançada por uma quantidade equivalente de energia que se perde.” Einstein teve a genialidade de decobrir que o fator C (do latim Celeritas=ligeireza) que é a velocidade da luz, elevado ao quadrado é exatamente o fator de conversão necessário entre massa e energia, a ponte que mostra que energia e massa estão conectados.

Alôôôô, ainda tem alguém aí? É sério mesmo, gente, o negócio é legal e fácil de ser entendido, acho que eu não sou boa para explicar, mas o livro é ótimo. O exemplo do Bodanis:

Imagine um ônibus espacial viajando quase a velocidade da luz. Em circunstâncias normais, bastaria que o motorista bombeasse mais combustível – emergia – para que a velocidade aumentasse. Mas, prestes a atingir a velocidade da luz, as coisas são diferentes: o ônibus simplesmente não pode andar mais rápido que a luz. Apesar disso, digamos que o motorista insista em continuar bombeando combustível: o resultado é que a energia é forçada a se transformar em massa. Visto de fora, a massa sólida do ônibus espacial começa a crescer, e se você continuar a bombear energia, ele continuará a inchar. O que está acontecendo é que a energia que é bombeada para dentro dos protons ou para dentro do ônibus espacial imaginário se transforma em massa extra. Exatamente como afirma a equação: que “E” pode se tornar “m” e que “m” pode se tornar “E”.
É isso o que explica o “c” da equação. No exemplo, à medida que você se aproxima da velocidade da luz, é que as ligações entre Energia e massa se tornam especialmente claras. O número “c” é meramente um fator de conversão que informa como opera essa ligação.


O livro não pára por aí. Bodanis segue falando das consequências da descoberta de E=mc2, a criação da bomba atómica, o que foi, o que poderia ter sido, e provavelmente o que será o futuro do Universo. Eu já disse que ele faz o tipo engraçadinho e tem até uma parte onde esculhamba com o Poincaré – antes que alguém diga alguma coisa, eu assumo que não li mais do que as primeiras paginas do “não sei que lá das ciências” (esqueci o nome, desculpem), que o Professor Japiassu recomendou. Mais alem desse lado engraçadinho, o livro impressiona. Pelo menos eu, leiga total, fiquei impressionada. E recomendo.

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Provavelmente, esse foi o último livro em português do ano, já que PRECISO me dedicar ao deutsch. E eu nem falei o que aconteceu com o “Terra Nostra”, né? Pois é, terminei já faz um tempinho, 8mas demorei um tempão pra acabar a leitura): nunca um livro me foi tão pesaroso. Não sei se foi por culpa do Carlos Fuentes, mas da minha culpa eu sei: Acho que é um livro para se ler de um fôlego só – até para que não se perca o fio da meada. Esse não foi o meu caso: acontece que o início da minha leitura coincidiu também com o início do curso de latim, do curso de alemão e do curso de inglês. Não pensem que sou estudiosa e tive que me concentrar nos cursos. Pior: fiquei com uma sensação de culpa danada, porque na verdade não me concentei em nada. Pegava no livro e lá vinha o pensamento:”Olha a redação em deutsch.”; começava a redação em deutsch e lá vinha o pensamento: ”Mas você deixou o livro de lado? Que o pecado.” Então, acabei lendo pela obrigação de ler, e não mais pelo prazer, coisa que detesto. Pois é, eu funciono assim, fazer o quê? Terapia, tá bom, brigadim.
Enfim: no ano que vem, decido se vou reler o Fuentes, ou não. E aí comento. Enquanto isso, estou tropeçando - muito - no alemão, mas gostando de ler “Die Stadt der Träumenden Bücher”.

11.03.2004

DEUS SALVE A AMERICA!

Me salva tambem, meu Deus!

(Ah, salvai aos amiguinhos do blog também. Ai, meu Deus, salva o mundo todo logo de uma vez, que o negócio tá feio de doer.)
Amém.

11.01.2004

Magreleza e Biscoito de Cebolas

Esse post começou por que minha amiga Erica me mandou um mail dias atrás, com fotos do novo modelito de cabelo. Aí me lembrei dum causo que aconteceu com a gente no ano passado.

A Erica não é muito alta não, acho que não chega a 1,65m, mas como é “fininha”, aparenta ser bem maior: acho que ela não pesa mais que uns 40, 42 kg, mas posso estar enganada; talvez ela pese menos. E desculpem o trocadilho sem graça, ela é gente fina mesmo, além de parecer um bibelô. Já eu sou o tipo grandalhona: tenho 1,79m e peso 57 kg. Mas em Junho de 2003, quando aconteceu a história abaixo, eu andava aí pelos 53, 54kg, quer dizer, um pau de virar tripa.
Pois bem, vai daí que uma vez, depois das aulas no IFCS, nós duas resolvemos ir almoçar no Douglas, um restaurante natureba que fica ali por perto, na Rua Luís de Camões. Lá se vão as duas magricelas, quando já na porta do restaurante, um gaiato solta essa: “É, continua comendo aí, que cês vão continuar sempre magrinha”. Rolei de rir.
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Ué, já acabou a história. Não achou graça não, é? Ok, eu me redimo, e deixo um presentinho. Fica assim:

No mail, a Erica também me disse que está vendendo tortas (“a noite, pros lariquentos”) pra descolar um troco. E me pergunta se eu não tenho receita de torta gostosa que eu ja tenha feito. Respondi que torta eu não sei fazer, não, mas tenho receita de biscoito de cebola. Fácil de fazer demais da conta e uma delicia. E pra vocês que tiveram a paciência de ler esse post descarado até aqui, dou de graça a maravilhosa receitinha dos biscoitos como recompensa.

Biscoito de cebola

Ingredientes
200 g.de margarina
6 xícaras (de chá) de farinha de trigo
3 gemas
1/2 xícara (de chá) de óleo
2 colheres (de sopa) de água gelada
3 colheres (de chá) de fermento em pó
1 envelope de sopa de cebola
2 cebolas médias raladas

Preparo
Amasse bem todos os ingredientes até dar liga. Faça bolinhas e coloque-as em uma fôrma ou tabuleiro untado. Asse em forno moderado durante dez a quinze minutos.

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O pior mesmo é que eu tive a coragem de transformar essa história em redação pro meu curso de alemão e a professora adorou! Ficou assim a versão em deutsch:

Meine Freundin Érica hat mir ein mail geschrieben und in dem mail sind auch Bilder: sie hat jetzt eine neue Friseur und sie beibt noch schönes.
Ich erinnere mich an eine lustige – mindestens für mich – Geschischte, die mit uns passiert ist: Erica ist nicht so groß, vielleicht 1,65 m. Aber sie sieht größer aus, weil sie ca. 43 kg- oder weniger – wiegt: Sie ist wie eine feine Puppe. Und ich, ich verzichte auf der Vorstellung, aber ich sage es trotzdem: In dieser Zeit war ich auch sehr schlank.
Eines Tages nach dem Unterricht bei der Univesität in Rio de Janeiro haben wir uns entschieden in einem vegetarianischen Restaurant zu essen. Vor der Tür sagt uns ein ganz spontan Mann: “Ja, je mehr ihr hier isst, desto dünner wurdet ihr sein.” Er hat über uns gelacht. Und ich auch.




 
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