12.27.2004

Sobre Cachorros e Bebês

Que a Europa além de ser o Velho Continente é também um continente de velhos, todo mundo já sabe. Encontrei na internet dados que indicam o n° de 1,5 filhos para cada família. A média considerada ideal é de 2,1 filhos por casal. Aqui, o governo faz uma campanha de incentivo, com ajuda financeira (cerca de € 416,00 ), valor que aumenta à cada filho.
-Filhos são poucos, mas cachorro, eu vejo muitos. Inclusive cachorros passeando em carrinhos de bebês. Lembro sempre do Eduardo Dusek .
-O cuidado com crianças aqui não é um fato que diga respeito somente às mães, como geral e majoritariamente acontece no Brasil. O n° de pais que saem com as crianças, levam-nas a passear, ao médico, à escola, vão a reunião de pais, etc, etc, é quase igual ao n° de mães. Homens com carrinhos de bebês ou acompanhados de crianças maiores a caminho do supermercado, na fila do banco, ou simplesmente a passear indicam que – pelo menos visual e teoricamente - a responsabilidade com o cuidado dos pequenos é compartilhada.
- É comum, infelizmente comum demais para meu gosto, encontrar cachorros e seus respectivos donos em restaurantes, bares, ônibus, bondes, shoppings. Não, eu não me acostumo com isso, ter que viajar ao lado de cachorros ou vê-los ali, ao meu lado na mesa que reservei para o jantar...Por outro lado, acho surreal olhar pela janela e ver pessoas passeando na neve com seus cachorros
-Também não sei o motivo, mas raramente vejo bebês chorões. A princípio achei que talvez a maioria estivesse hibernando, afinal estamos num pais de clima frio. Mas não, vejo-os acordadinhos e calminhos. Outra coisa: as crianças aqui, desde novinhas, não correspondem àquelas brincadeirinhas típicas, tchauzinhos, nhenhemnhem e nhamnhamnhans. Eu às vezes sorrio para algumas nos ônibus e elas ficam me olhando, sérias. Me sinto como se tivesse levado um tapa na cara. São crianças, digamos, mais reservadas, se comparadas às nossas. Há exceções, é claro
- É raro, muito raro encontrar alguém, pai ou mãe, com um bebê no colo: estes estão sempre nos carrinhos. Ocasionalmente, vejo um dos pais com aquelas bolsas tipo canguru, onde o bebê vai a tiracolo. Mas é mais usual entre os estrangeiros, especialmente as africanas. Talvez seja essa falta de contato físico que explique o fato dos bebês não serem tão chorões. É, acho que é isso sim: nossos bebês, os brasileiros, choram mais ao se verem privados do contato. Se bem que então eu não consigo explicar os berreiros daqueles que vão nos colos dos pais. Ah, deixa pra lá, de bebês eu não entendo nada mesmo.
- Os ônibus e bondes tem lugares reservados aos carrinhos de bebês. As novas frotas já vem com um vagão especial sem degraus, onde o acesso é mais fácil. Quando não, e as escadas poderiam ser um empecilho, o motorista sai de seu lugar e ajuda o responsável a entrar no vagão. Devido à essa praticidade, as crianças utilizam o carrinho até os 4 anos (ou mais).
-Eu tinha mais alguma coisa para falar sobre cachorros, só que esqueci.

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