3.27.2005

Considerações sobre a Velhice e Outras Coisas

Só por esses dias me dei conta de um sentimento recorrente em relação à velhice, em que curiosamente nunca tinha prestado atenção. E é a preocupação com a fragilidade deles, a chamada terceira idade, com a dependência dos outros, com o sentimento de impotência que muitas vezes - mas felizmente, nem sempre - aparece. Isso veio à tona quando vi uma senhora entrando no mesmo ônibus que eu, coitadinha, trêmula, mal se sustentando sobre as pernas e com dificuldades para alcançar o degrau do veículo. Essa semana, presenciei um fato pior, quando uma senhora aparentando mais de 80 anos, tentou subir no bonde, e não conseguiu, quase caindo da escada. Acho que a coitadinha estava sem noção, pois carregava numa das mãos um saco que – juro - pesava mais de 20 quilos, e na outra mão, outra sacola que parecia tão pesada quanto, e as duas sacolas somadas pareciam pesar mais que a dona delas. Nas poltronas da frente, dois rapazes, na poltrona lateral, mais dois, e em pé, mais um. Nenhum deles moveu um só músculo para ajudar a pobre senhora, e, ceder o lugar, nem pensar. Fui eu quem a ajudei (por isso sei o peso da sacola), e acho que se eu não estivesse lá, a vovozinha ia acabar ficando pra trás...
Apesar de fatos como esse, tenho a impressão que o tratamento dispensado aos idosos aqui é muito bom, se comparado aos inúmeros denúncias de abandono e maus tratos que acontecem no Brasil. Talvez seja apenas um clichê, já que não tenho nenhuma informação precisa, mas a situação aqui ainda é APARENTEMENTE melhor.
O fato é que essa fragilidade da velhice sempre me chamou a atenção, embora eu até então não tivesse me dado conta. E toda vez que vejo um velhinho ou velhinha com dificuldades para caminhar, lentos em suas bengalas, dependendo de outras pessoas, sofrendo de Alzheimer, sempre penso: „Um dia ele(a) já foi como eu.“ (Agora me ocorre que nunca pensei:“um dia serei como ele(a)“, mas outra hora volto a isso. )
Mas na verdade o assunto do post é outro: Teoria da Conspiração é o título, mas também poderia ser Clonagem. E velhinho aqui só entrou na história por causa do Papa. Que não passa de um velhinho, frágil. Não vou entrar em considerações políticas e religiosas, nem discutir o papel da Igreja e nem falar sobre suas posturas conservadoras. Tem gente mais competente que eu discutindo isso. O que eu quero dizer é que o Papa não é o Papa. Ele é um clone do Papa. Não me perguntem como eu sei. Eu sei. Tampouco sei o motivo da clonagem, apesar de poder imaginá-lo. E quero dizer isso antes que ele morra, pra depois não dizerem que eu peguei carona no assunto.
Outro clone famoso é o Boris Ieltsin. Há quanto tempo você não ouve falar dele? Hein? Hein? Pois é, clonaram o cidadão, entupiam-no de vodka para que que qualquer coisa soasse como coisa qualquer e o resultado disso tudo é o Putin. Isso tudo é a demonstração cabal de que Hume estava certíssimo nas suas elocubrações sobre o encadeamento de eventos, e que pode ser resumido na frase „Olha a merda que deu“, frase essa que eu não escrevei aqui, pois não sou senhora de utilizar tal palavreado chulo. Bem, para resumo da história, no final de tudo, sumiram com o Ieltsin, simplesmente apagaram os registros do homem, com todos os duplos sentidos possíveis. Claro que no fim das contas isso não faz a menor diferença, mas o que me intriga é que ninguém tenha percebido que aquele ser cambaleante não podia ser um ser , digamos assim, concebido originariamente (Aliás, agora que estou pensando nisso, já tem um tempão que não ouço falar do Gorbatchev, mas isso também não vem ao caso, pois ele até que pode ser considerado original).
Já o resultado do encadeamento de eventos no que se refere ao Papa, saberemos provavelmente em breve. Ou não. Mais eu não discuto e nem ventilo.

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